sábado, 20 de outubro de 2012

SER INVISÍVEL: A invisibilidade social



Meus amigos, foi lançada a pergunta no CFC "o que você faria se fosse invisível?". A primeira coisa que nos vem a mente é que seria bom não ser visto por ninguém: viajar de graça, ouvir conversas, descobrir injustiças e maldades, invandir privacidades... Porém, será mesmo bom ser invisível?

Certa vez, li uma pesquisa sobre “invisibilidade social” do psicólogo Fernando Costa. Este pesquisador passou seis anos e alguns meses exercendo a função de gari na USP, universidade em que fazia mestrado, em uma metodologia participativa para compreender a invisibilidade destes profissionais.
Invisibilidade social foi um conceito criado pelo próprio Fernando Costa, que se refere ao que a sociedade ver, mas trata como invisível. Na profissão de gari, isto é bem marcante, pois as pessoas sequer os cumprimentam.
Em um relato deste pesquisador, ele diz: 
"Uma certa vez, quando estava trabalhando como gari, tive que passar pelo Instituto de Psicologia da USP – passei pelo térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, pela biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, em frente à lanchonete, e tinha muita gente conhecida. O pessoal passava como se estivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém, em absoluto, me viu ou olhou para mim. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse. Fui almoçar e voltei para o trabalho atordoado. Foi naquele momento que senti na pele a coisa da invisibilidade social.”


Quem quiser ler o trabalho de Fernado Costa acesse o resumo de sua dissertação em: http://www.bv.fapesp.br/pt/dissertacoes-teses/6180/garis-estudo-psicologia-invisibilidade-publica/
Há também um entrevista deste autor ao site "Responsabilidade Social" em: http://www.responsabilidadesocial.com/article/article_view.php?id=233

Grande abraço,

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